Desculpem a demora pelo artigo prometido, mas nas próximas enquetes o tema vencedor será retratado com o mínimo tempo para que não seja algo já desatualizado. Após a publicação dos dois artigos (um meu e outro do Pedro), o tema estará aberto para debate. Participem!
Há onze dias, o índice de mortos decorrentes da série de tornados em sete estados nos Estados Unidos atingiu o número de 340 vítimas. Algo desolador para um local que já está "acostumado" com esses tipos de eventos. No entanto, a tempestade que os atingiu na quarta-feira (27) carregava consigo algo em torno de 160 tornados, que arrasou principalmente o estado do Alabama.
Bom, como trata-se dos EUA, o mundo, após dar as devidas repercussões, não se surpreende de forma tão grandiosa e até mesmo exagerada como nos chocamos no início do ano com as chuvas no Rio de Janeiro. Tudo bem, o número de mortos aqui foi bem maior, e a devastação aparentemente também o foi, porém, a "recuperação" e reparação de danos, se é que podem ser reparados, não é tão diferente entre os dois governos quanto imaginamos que é.
Basta retornar ao ano de 2005. Tivemos um "exemplo" de recuperação, segundo os próprios americanos. O furacão Katrina destruiu Nova Orleans, mas a sua famosa recuperação não foi tão gloriosa assim. O governo Bush simplesmente não ajudou essa região mais empobrecida dos EUA, e se formos buscar algumas imagens das áreas mais devastadas, não encontraremos algo tão renovado como normalmente pensamos que está. O fator essencial para essa reconstrução parcial foi o "espírito americano", ou seja, a própria população conseguiu transformar o contexto em que se encontravam, e criar uma história de superação sem ajuda governamental.
Nós pudemos observar o atual presidente Barack Obama e sua preocupação em relação aos tornados recentes, mas só poderemos tirar conclusões sobre o desenvolvimento americano após tomadas as primeiras medidas do governo. Coisa que deve acontecer de forma inibida, principalmente pelo mais novo triunfo americano, e o novo foco da mídia mundial, que é o assassinato de Bin Laden.
Logo, podemos associar esta "vista grossa", essa negligência por parte do governo, também aqui no Brasil. Mesmo com diversas medidas assistencialistas, caridosas e solidárias, basta que as imagens e notícias saiam de nossas fontes de informação que a população se acomoda, e assim, o governo também. Além disso, não há dúvidas de que o dinheiro destinado à essa situação extrema não seja totalmente convertido a mantimentos e abrigos públicos, já que o foco da mídia não é mais este.
Portanto, não podemos ficar apenas apreciando o falso desenvolvimento americano em relação a essas questões, assim como não podemos nos acomodar com os mesmos fatos em nosso país. Devemos sim nos inspirar na recuperação do Katrina, mas focar na reação da população, fator que deu brilho àquela região e que justifica a comemoração da população local.
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