Um novo marco

O ataque terrorista às torres gêmeas completará dez anos no próximo 11 de setembro. Mas o seu maior idealizador não chegará a ver esta data. Como todos devem saber, a morte de Osama Bin Laden em uma operação militar foi confirmada  pelo governo e chefe de estado americanos. "O mundo está mais seguro" e "É um dia bom para os EUA" são as frases de seu quase xará Obama.

Deixando aos grandes sites de notícias os detalhes da operação, da mansão de Osama, do vídeo acompanhado ao vivo pela casa Branca durante a execução e das comemorações dos americanos, quero dar destaque às consequências paralelas a este importante e tão divulgado ocorrido. Consequências estas que podem não ser tão boas à paz mundial.


Nós não podemos crer na ilusão de que o terrorismo irá acabar se seus líderes forem eliminados. Não estamos em um RPG, e apesar da estratégia americana, como sempre ocorreu na história, surgirá um novo líder que provavelmente era discípulo do ex-esquerdista ou anti-ocidental ou ainda ex-terrorista. E nós não ficaremos sem uma resposta por parte desses grupos, cuja ocorrência pode ter sido adiantada devido ao acontecimento de hoje. Estaremos tão seguros quanto pensamos que estávamos?

O Wikileaks, um site que divulga informações de anônimos sobre artigos confidenciais "vazados", iniciou o dia com uma declaração de que seriam usadas armas radioativas contra o "oeste" após a morte de Bin Laden, e que não ficaríamos sem uma resposta... Essa informação é vinda do dirigente da organização Al-Qaeda, o Khalid Sheikh Mohammed. Ele diz que possui um "engenho" na Europa capaz de transformá-la em uma "tempestade do inferno nuclear".


Uma declaração perturbante para quem irá viajar nos próximos dias, meses, anos... Agora podemos dar uma outra interpretação para a ação norte-americana: será que estão apagando o fogo com gasolina? Não podemos esquecer que a morte do terrorista aconteceu na mesma semana da tentativa de matar o ditador líbio Muamar Khadafi, também por forças ocidentais.


"It's over": é o que dizem os americanos que comemoram em frente à casa Branca. Não! Isso não acabou, e logo eles perceberão isso. A repercussão deste evento foi tão grande que influenciou o preço do petróleo, bolsas de valores e alertas militares na Europa. Mais uma vez conseguimos ver de forma explícita o egocentrismo e imperialismo americano.

Resta a nós rezar para que não estejamos no local errado e na hora errada, coisa que pode ser mais difícil de evitar pelos próximos anos. Mas a única coisa que posso dizer com certeza é que as frases do "homem mais poderoso do mundo" hoje não procedem.

O assunto está aberto para debate, mesmo não sendo realizada a "votação" de tema. Espero ver diversas opiniões sobre isso. Não deixem de comentar.